É comum que os pacientes cheguem à primeira consulta no pior (ou um dos piores) momento(s) de suas vidas. Muitas vezes o indivíduo está enfrentando um momento de intenso sofrimento psíquico com importante prejuízo físico, social, emocional ou profissional. Quando o paciente (ou seus familiares e amigos) detectam que seu estado psíquico/emocional está afetando diretamente suas atividades rotineiras – causando, por exemplo, piora do rendimento no trabalho/estudos, discussões frequentes em casa, afastamento dos amigos etc - é hora de procurar ajuda psiquiátrica.

O tratamento psiquiátrico, quando bem feito, visa: 1) diagnosticar desordens mentais que estejam causando prejuízo significativo (síndromes depressivas e ansiosas agudas ou crônicas, transtorno bipolar de humor, quadros psicóticos como esquizofrenia, transtorno do déficit de atenção e tantos outros). 2) avaliar a intensidade do prejuízo causado e as melhores estratégias de investigação e tratamento. 3) Introduzir, quando necessário, o medicamento mais adequado para remissão dos sintomas apresentados. 4) Traçar estratégias a curto, médio e longo prazo para que alcançar um equilíbrio saudável entre corpo e mente e, consequentemente, obter melhora no quadro atual e prevenção de possíveis recaídas futuras.

Muitas variáveis interferem no tempo de tratamento, como a gravidade do quadro, questões clínicas e outros problemas de saúde que estejam presentes, remissão completa ou não dos sintomas, adaptação à medicação inicial e adesão do paciente às intervenções não-farmacológicas propostas. Nos dias atuais, com o tratamento adequado, o uso prolongado (por muitos anos) de medicações psiquiátricas não é mais uma regra. Para isso, uma boa adesão às orientações sugeridas é tão importante quanto a avaliação de um bom profissional.

Com duração aproximada de 1h 30min, é o momento em que a avaliação psiquiátrica tem início. No atendimento, ouvirei você e farei algumas perguntas direcionadas para que um diagnóstico mais preciso possa ser elaborado. Serão avaliadas inúmeras funções psíquicas como o atual estado de humor, afeto, conteúdo e organização do pensamento, atenção, memória dentre outros. Para utilizarmos o tempo da melhor forma possível, é importante que o paciente seja preciso nas informações sobre seus sintomas e sobre seu histórico de saúde. Você pode fazer uma lista com o motivo principal que o levou a procurar o atendimento e os maiores incômodos atuais. Serão solicitados alguns exames laboratoriais, de acordo com a necessidade clínica e idade de cada paciente. Se possível, traga exames de sangue realizados nos últimos 3 meses, nome dos medicamentos em uso atual e suas doses. Vamos identificar possíveis hábitos prejudiciais na sua rotina, que estejam contribuindo para a piora de alguns sintomas e traçar metas de curto, médio e longo prazo para melhoria de cada um deles. Avaliaremos se o uso de medicações será necessário, bem como um acompanhamento psicológico em conjunto.

Com duração aproximada de 50 minutos, as consultas seguintes fazem parte do acompanhamento do paciente. Avaliaremos juntos a evolução dos sintomas, adaptação à medicação, necessidade de ajuste de dose e ajuste das estratégias não-farmacológicas. Mudanças no quadro clínico podem ocorrer em intervalos curtos de tempo pois o estado mental do paciente pode ser alterado tanto pelo curso dos sintomas quanto pelos efeitos terapêuticos das medicações. Assim, as consultas de seguimento exigem muita atenção e reavaliação dos sintomas e o intervalo entre elas pode variar de acordo com a evolução do paciente. Por isso, todas as consultas realizadas têm a mesma duração aproximada e são cobradas independentemente do intervalo entre elas, conforme resolução de no 1.958/2010, do Conselho Federal de Medicina.